quinta-feira, 12 de abril de 2007

"não precisaremos de reforços ao teatro de máscaras porque, se queira ou não se queira, a massa onde praticamente nós perdemos já é a máscara [...]"


13/11
A literatura, o labirinto perquiridor da linguagem escrita, o contratempo, a literatura é a irmã siamesa do indivíduo. a idade das massas, evidentemente, não comporta mais a literatura como uma coisa viva e por isso em nossos dias ela estrebucha e vai morrer. a literatura tem a ver com a moral individual e a moral individual não interessa _ não existe mais. nossa época exige a descrição de painéis e o close-up tende a não interessar nem cosmopsicologia. não precisaremos de reforços ao teatro de máscaras porque, sequeira ou não se queira, a massa onde praticamente nós perdemos já é a máscara, já nos abriga e revela, é a supra máscara. planos gerais. painéis. O homem moderno não existe como um indivíduo, mas como tipos e esses tipos não são tantos quanto todos nós. São relativamente poucos. somente me interesso pelo tipo e cada tipo, classe, nas diversas sociedades massificadas, obedece a comportamentos mais ou menos standards. Interesso-me por compreendê-los (estudá-los) e abandoná-los. meu problema, inclusive o de cama, inclusive o de mesa, inclusive o de relacionamento, é o problema do meu tipo X perdido na massa que o plano geral não estilhaça, por literário, em todos os seus (milhares, bilhares) de “exemplos”: células que não tem mais vida se isoladas na psicologia do indivíduo. O cenário é agora o único personagem vivo. O cinema urbano tem que ser do-eu-meu-tal, atualizado como as atualidades, uma primeira página de jornal, painel, afresco.
Torquato Neto

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Um excelente mote para reflexões acerca dos temas comunicação e comunhão está na canção Sunshine de Arnaldo Baptista, transcrita, logo abaixo, em uma das postagens que figuram neste blog.

Se aproveitam

Se aproveitam
Gravura de Goya onde figuram os famosos saques feitos, pelos vencedores, após as batalhas.